O respeito à diversidade e à pluralidade são fundamentais para que a democracia opere e produza sociedades cada vez mais democráticas. Isto se traduz em tolerância política com forças sociais diferentes e opositoras e em prática da incerteza quanto aos resultados possíveis dos conflitos e disputas democráticas. Até a tensão entre legitimidade de demandas e lutas por direitos e sua legalidade – pela existência ou não de marco legal regulatório de tais direitos – é aceitável nas democracias, desde que pautada por princípios e valores éticos constitucionais. A tolerância acaba ou deve acabar quanto se atravessa tal fronteira.
A privatização, isto é, a busca de vantagens pessoais ou de privilégios para o grupo político em detrimento do bem público, pela corrupção, clientelismo e até pelo velho coronelismo, é uma das formas mais radicais de ruptura com a ética na política e, portanto, ameaça à democracia. Por isto mesmo, não há condescendência possível com tais práticas. Ou nos insurgimos e dizemos não!, em alto e bom tom, ou, como um câncer maligno, a privatização do público corrói e mata a cidadania. Meias respostas são insuficientes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário