Não gosto dos sem-terra.
Dizem que isto é ser reacionário, mas não gosto de vê-los invadindo fazendas, parando estradas, ocupando linhas de trens, quebrando repartições públicas, recebendo verbas ilegais, tentando parar o lento progresso do Brasil...
Estou velho.
Não acredito em quotas para negros e índios. Dizem que sou racista. Mas, para mim, racista é quem julga negros e índios incapazes de competir com os brancos em pé de igualdade. Eu acho que a cor da pele não pode servir de pretexto para discriminar, mas também não devia ser fonte para privilégios imerecidos, provocando injustiças em vez de repará-las, provocando cenas ridículas de brancos querendo se passar por negros, e tantas outras distorções.
Estou muito velho.
Não quero ouvir mais noticias de pessoas morrendo de dengue.
Tapo os ouvidos e fecho os olhos, mas continuo a ouvir e ver.
Não quero saber de crianças sendo arrastadas em carros por bandidos, ou de uma menininha jogada pela janela em plena flor de idade. Ou de meninos
esquartejados pelos pais por serem 'levados'....
Ou de chacinas, ou de tráfico, ...
Meu coração não tem mais força para sentir emoções.
Estou cansado de quererem me culpar por não ser pobre, por ter casa, carro, e outros bens, todos adquiridos com muito trabalho, suor e honestidade, por ser amado por minha mulher e meus filhos.
Nada mais me comove... Estou bem envelhecido.
Eu não acredito em quase nada, mais.
E acabo de cometer mais um erro!
Descobri que ainda sou capaz de me comover e de me emocionar.
O patriotismo de uma jovem de Joinville, usando a letra do Hino Nacional para mostrar o seu amor pelo Brasil, me comoveu.
Na cidade de Joinville/SC, houve um concurso de redação na rede municipal de ensino. O título recomendado pela professora foi:
'Dai pão a quem tem fome'
Incrível, mas o primeiro lugar foi conquistado por uma menina de apenas 14 anos de idade. E ela se inspirou exatamente na letra de nosso Hino Nacional para redigir um texto, que demonstra que os brasileiros verde-amarelos precisam sentir e exercitar o verdadeiro sentido de patriotismo.
Leiam o que escreveu essa jovem. É uma demonstração pura de amor à Pátria, e uma lição a tantos brasileiros que já não sabem mais o que é este sentimento cívico, ou por não o terem, ou por o verem tão vilipendiado, diariamente, por políticos, magistrados, empresários...
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"Certa noite, ao entrar em minha sala de aula, vi, num mapa-mundi, o
nosso Brasil chorar.
- O que houve, meu Brasil brasileiro? Perguntei-lhe.
E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas:
- Estou sofrendo. Vejam o que estão fazendo comigo...
Antes, os meus bosques tinham mais flores e meu seio mais amores.
Meu povo era heróico e os seus brados retumbantes. O sol da liberdade
era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante.
- Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes?
Eu era a Pátria amada, idolatrada. Havia paz no futuro e glórias no passado. Nenhum filho meu fugia à luta. Eu era a terra adorada e dos filhos deste solo era a mãe gentil!
- Eu era gigante pela própria natureza, que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que, às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde-louro de minha flâmula.
Eu, não suportando as chorosas queixas do Brasil, fui para o jardim.
Era noite, e pude ver a imagem do Cruzeiro, que resplandece no lábaro
que o nosso país ostenta estrelado.
Pensei...
Conseguiremos salvar este país sem braços fortes?
Pensei mais...
Quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz?
Voltei à sala, mas encontrei o mapa silencioso e mudo, como uma
criança dormindo em seu berço esplêndido".
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